No estúdio da Rádio Pavio que Fumega, uma fotografia ocupa a parede como um marco silencioso da história. É uma imagem em preto e branco, ampliada, que não retrata apenas rostos, mas preserva um legado. Sete homens, todos pastores, estão lado a lado. Seus ternos sóbrios refletem a dignidade de uma época. Estavam em Brasília, reunidos para uma convenção de obreiros da Assembleia de Deus, Ministério de Madureira.
Entre eles, um me fala mais de perto ao coração: o menor em estatura, mas imenso em fé — meu pai. A foto, de data imprecisa, provavelmente do final dos anos sessenta ou início dos setenta, é uma janela para o passado. Ali não está apenas um registro, mas um testemunho de vidas gastas na obra do Senhor, homens que se dedicaram a plantar sementes de fé em uma geração.
Transformei essa fotografia em papel de parede não apenas para adornar o estúdio, mas para lembrar, todos os dias, de onde viemos e por que continuamos. Cada transmissão, cada louvor e cada mensagem que ecoa da rádio carrega, em certo sentido, a herança desses servos de Deus. Eles já descansam, mas as marcas que deixaram permanecem — como rastros de uma caminhada feita de oração, pregação e fidelidade ao Evangelho.
Na ampliação, acrescentei uma frase que resume o sentimento diante dessa memória:
“Homens que andaram com Deus e deixaram no tempo o rastro sagrado de uma chama que ainda fumega.”
Assim, cada vez que olho para a parede, lembro-me que a rádio é mais que ondas sonoras: é continuidade de um legado. É pavio que ainda arde, mesmo em tempos de frieza. É memória transformada em inspiração. É história que respira no presente motivando nossa jornada em direção a Sião.