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A Soberba da Fé
Por Administrador
Publicado em 01/09/2025 16:25
Novidades
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  • A Soberba da Fé

    Hoje, um irmão do interior de São Paulo enviou uma mensagem de áudio para nossa rádio, pedindo atenção em determinado assunto. Ele já se antecipava em se desculpar, caso eu não pudesse atendê-lo, alegando que, afinal, eu teria “tantas ocupações mais importantes a fazer” e ele era apenas “um irmão do interior”. Aquele gesto, tão humilde, me constrangeu. Eu estava almoçando por volta das 14h, num dia de muita atividade, mas parei para ouvir sua mensagem e respondi com atenção. E percebi, mais uma vez, como ninguém é tão importante a ponto de não poder dedicar alguns segundos de qualidade ao seu próximo.

    Esse episódio me fez refletir sobre algo que há muito tempo me incomoda: a soberba da fé. Trata-se da postura de muitos cristãos — inclusive líderes, pastores e pessoas de destaque na igreja ou na sociedade — que parecem se relacionar com seus irmãos sempre procurando evidenciar o quanto sabem, o cargo que ocupam ou a posição que alcançaram no ministério.

    Infelizmente, alguns que já possuem reconhecimento natural acabam forçando ainda mais esse prestígio, tornando-se pedantes. São pastores que, ao cumprimentar seus pares, fazem-no com a desatenção de quem cumpre uma obrigação desconfortável, muitas vezes apertando a mão de alguém enquanto já olham para o próximo a ser cumprimentado. Aparentam carregar mais títulos que conteúdo.

    Mas a Bíblia é clara: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo” (Filipenses 2:3). O verdadeiro cristianismo orienta para uma postura oposta ao exibicionismo.

    Percebe-se, inclusive, que muitos desses que hoje ostentam status ministerial não tiveram ascensão na vida secular, e acabam “se vingando” com a posição adquirida na igreja. No entanto, pastores que deveriam ter o “cheiro das ovelhas” (cf. João 10:14) mal sabem o nome delas. Como podem guiar, se não conhecem? Como podem servir, se não se inclinam?

    É inegável que alguns têm se dedicado ao estudo da Palavra e ao aperfeiçoamento da oratória, o que é louvável. Mas mesmo nesse campo, a vaidade se manifesta. Muitos se tornam meros repetidores de frases e chavões, “papagaios” de pregadores famosos, e, quando alcançam certa evidência em plateias menos exigentes, já passam a se considerar celebridades. Não é raro vê-los adotando o “kit do pregador itinerante” ou do “cantor gospel da moda”: roupas de destaque, assessores e até seguranças, como se fossem intocáveis.

    Mas diante do Senhor, que tudo vê e tudo sonda, fica a pergunta: a quem estão tentando enganar? Para onde leva esse tipo de arrogância? Em que momento da história da igreja a soberba produziu frutos duradouros?

    O Evangelho não nos chama para sermos estrelas, mas servos. Jesus, sendo Senhor de tudo, lavou os pés dos discípulos (João 13:14-15). Ele nos ensinou que a grandeza do cristão não está em ser servido, mas em servir (Marcos 10:43-45).

    Este texto não é um ataque pessoal, mas um alerta solidário. Uma denúncia amorosa em defesa dos irmãos que, muitas vezes, são submetidos a essas “subcelebridades” travestidas de líderes espirituais. Não escrevo com alarde ou confronto direto, até porque, conhecendo o coração desses, sei que dificilmente dariam ouvidos. Mas deixo registrado: a soberba da fé é um veneno disfarçado de espiritualidade. E todo aquele que nela se embriaga revela mais amor ao próprio título do que às ovelhas de Cristo.

    Que voltemos à essência. Que líderes, pastores, pregadores e cantores entendam que o ministério não é palco de exibição, mas altar de serviço. E que todos nós, como corpo de Cristo, possamos repetir as palavras de João Batista: “É necessário que Ele cresça, e que eu diminua” (João 3:30).

    E diante de tudo isso, confesso aos irmãos: tenho sofrido.

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