A Indústria do Escândalo e a Degradação do Evangelho na Internet

Há apenas três dias, escrevi o artigo Sensacionalismo: A Morte Não É Palco Para Likes!, abordando o uso de tragédias para gerar engajamento na internet. Infelizmente, o assunto continua atual e exige uma nova reflexão. O falecimento da Bispa Keila Ferreira trouxe à tona mais uma vez a forma cruel como alguns "influenciadores" exploram tragédias e polêmicas para obter visualizações e monetização. Escândalos têm sido transformados em mercadoria, e a fé cristã, infelizmente, se tornou um dos alvos prediletos dessa indústria do sensacionalismo.
No programa Crente Inteligente, transmitido de segunda a sexta, das 9h às 11h50 na web rádio Pavio Que Fumega, tenho levantado esse alerta: até que ponto consumir esse tipo de conteúdo nos torna cúmplices desse ciclo destrutivo? A Bíblia já previa esse tipo de comportamento e deixa claro o juízo reservado tanto para aqueles que promovem escândalos quanto para aqueles que os alimentam.
O Que a Bíblia Diz?
A Palavra de Deus condena explicitamente aqueles que semeiam contendas e espalham notícias destrutivas sobre o povo de Deus:
Provérbios 6:16-19 afirma que Deus odeia "a testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos".
Mateus 18:6-7 alerta: "Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!".
Efésios 4:29 nos exorta a falar apenas "o que for bom para promover a edificação".
O consumo desse tipo de conteúdo também é repreendido:
2 Timóteo 4:3-4 fala sobre os que "amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências e desviarão os ouvidos da verdade".
Provérbios 17:4 ensina que "o ímpio atenta para o lábio iníquo, e o mentiroso inclina os ouvidos para a língua maligna".
Salmo 1:1 destaca que o justo "não se assenta na roda dos escarnecedores".
A Responsabilidade do Povo de Deus
Como cristãos, temos o dever de rejeitar essa cultura do escândalo e do entretenimento baseado na destruição da reputação alheia. Não podemos fortalecer aqueles que transformam a dor e a fé dos outros em moeda de troca para curtidas e compartilhamentos. Em vez disso, devemos nos apegar ao ensino de Filipenses 4:8:
"Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai."
Reflexão e Ação
O fato de precisar voltar a esse assunto tão rapidamente só reforça o quanto essa prática está se alastrando e prejudicando o testemunho cristão.
O programa Crente Inteligente segue com essa reflexão, chamando a atenção dos ouvintes para o perigo dessa prática que, além de desonrar o Evangelho, coloca os envolvidos em risco espiritual. Não podemos permitir que a busca por escândalos desvie nossa atenção daquilo que realmente importa: a pregação da Palavra de Deus e a edificação da Igreja.
Fica o desafio: vamos dar audiência ao que edifica ou continuar fortalecendo aqueles que lucram com a destruição da fé alheia?
Samuel Souza